Presidente do Iêmen diz estar pronto para deixar o poder, segundo TV

27/03/2011 14:31

Presidente do Iêmen diz estar pronto para deixar o poder, segundo TV

Para Al Arabiya, Abdullah Saleh disse estar pronto para sair 'com dignidade'.
Presidente, porém, negou que havia acordo de transição para este sábado.
 

O  presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, disse neste sábado (26) estar pronto para deixar o poder "com dignidade" em algumas horas, segundo reportou a emissora Al Arabiya. Saleh, no entanto, negou que havia um acordo de transição pacífica de poder acertado para este sábado.

 

De acordo com a Al Arabiya, o presidente também disse que a oposição apresentou suas exigências depois de ele ter tomado a iniciativa de lançar uma possível transferência de poder.

O acordo para uma transição pacífica de poder no Iêmen pode era esperado para este sábado no Iêmen e seria baseado em uma oferta do presidente Saleh de deixar o poder no fim do ano, segundo o ministro de Relações Exteriores, Abubakr al-Qirbi. Neste sábado, manifestantes seguem protestando na capital do país, Sanaa.

O chanceler, que é um aliado muito próximo do presidente, afirma que o diálogo se baseia na própria oferta de Saleh em sair do poder até o fim deste ano. A oposição tem deixado claro que exige a saída imediata do presidente.

O Iêmen, um país pobre e dividido em tribos que se tornou base da rede Al Qaeda, vive uma situação de conflito desde janeiro. Inspirado pelos protestos na Tunísia e Egito, o país passou a ser palco de protestos para acabar com o governo autoritário de Saleh.

Nesta sexta-feira, dezenas de milhares de pessoas - a favor e contra o presidente - foram às ruas na capital do Iêmen, uma semana após 50 manifestantes terem sido mortos em um ato público.

Manifestantes contrários ao governo têm ido às ruas das principais cidades do país, um dos mais pobres do Oriente Médio, exigindo a renúncia do presidente, que está no poder desde 1978.

Dois familiares particularmente impopulares junto aos iemenitas são o filho do presidente, Ahmed, que comanda a Guarda Republicana, e seu sobrinho e genro Yahia, que lidera as forças de segurança do país.

Mudança de lado
Alguns representantes do governo já passaram para o lado da oposição.

Uma das mais notórias baixas sofridas pelo regime iemenita foi a do general Ali Mohsen al-Ahmar - que era um aliado próximo de Saleh.

O general aderiu aos manifestantes antigoverno, aumentando ainda mais a pressão sobre o regime. Outros comandantes militares também seguiram os passos do general.

Funcionários do corpo diplomático de diferentes países vêm lotando aviões que estão saindo do Iêmen, devido a receios de que o país possa viver um banho de sangue.

Nações ocidentais temem que a Al Qaeda, que conta com uma célula no Iêmen, possa explorar um eventual vácuo de poder no país.

Além da ameaça de militantes extremistas, o Iêmen também enfrenta um movimento separatista no sul do país e conflitos com tribos xiitas ao norte.

Com informações da Reuters e da BBC